O recente incêndio no Memorial da América Latina levantou questões sobre a autorização de funcionamento do edifício projetado por Oscar Niemeyer. Entretanto, o presidente do Memorial, João Batista de Andrade, afirmou que o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros para o Auditório Simon Bolivar, foco do incêndio, era válido.
A vistoria havia sido realizada em 21 de janeiro deste ano e tinha validade até 03 de dezembro de 2014, contudo, o auditório funcionava com uma autorização especial do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), enquanto os trâmites para o alvará, iniciados em 1993, ainda não haviam terminado.
Apesar da demora em relação ao alvará, a administração do memorial afirma que o mesmo já havia sido deferido e aguardava apenas sua publicação no Diário Oficial.
João Batista de Andrade disse que é necessário aguardar a conclusão do trabalho do Corpo de Bombeiros e a perícia da polícia técnico-científica para que as providências em relação ao prédio possam ser tomadas. "Precisamos saber qual é o impacto do incêndio na estrutura do prédio. Se precisar demolir, lamentavelmente terá de ser feito. Se a segurança exigir, vamos demolir", disse ele.
O Incêndio
As chamas no Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo, começaram por volta das 15h da última sexta-feira, 29 de novembro, e por volta das 20h10, o fogo havia sido controlado. A assessoria de imprensa do Memorial da América Latina informou que o fogo foi causado por um curto-circuito do Auditório Simón Bolívar. Grande parte do forro da plateia B do auditório teria sido comprometida. Segundo os bombeiros, 50% do auditório foi destruído.
Além dos danos causados à estrutura do edifício, documentos importantes podem ter sido destruídos no incêndio. Caixas que guardavam diversos documentos, como plantas originais e outros desenhos de Oscar Niemeyer, podem ter sido destruídas, levando consigo parte do legado de um dos mais importantes arquitetos modernos
Referência: Terra, Folha de São Paulo